segunda-feira, 26 de novembro de 2007

"...E se as luzes nos roubassem as estrelas

e nosso brilho só nos mostrasse

a silhueta do que poderíamos ser

eu já estive pior e agora posso entender

para clarear o meu tormento

como flores nas encostas do cimento



Antes que o samba vire só um ruído de fundo

eu vou tocar mais alto para ouvir meu coração

porque não existe enredo do inferno que me tire a emoção "

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Tristesse - Milton Nascimento

Como você pode pedir
Pra eu falar do nosso amor
Que foi tão forte e ainda é
Mas cada um se foi...

Quanta saudade brilha em mim
Se cada sonho é seu
Virou história em sua vida
Mas pra mim não morreu

Lembra, lembra, lembra, cada instante que passou
De cada perigo, da audácia, do temor
Que sobrevivemos, que cobrimos de emoção
Volta a pensar, então

Sinto, penso, espero, fico tenso toda vez
Que nos encontramos, nos olhamos sem viver
Pára de fingir que não sou parte do seu mundo
Volta a pensar, então...


Há dias penso em te apresentar essa música... apenas mais uma que fala de nós...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Da Perda

Amanheci deserto, assolada pela destruição das tuas próprias mãos. Nem mesmo teu nome, asas de pássaro pousadas sobre meus lábios, minha mais fervorosa prece, nem ele amenizara a dor do golpe fatal. E eu ainda sangrava por tantos outros...
Amanheci silêncio, deserção das palavras, ecos surdos de todos os meus gritos mudos, nó apertado na garganta a ponto de matar em asfixia. E por dentro eu já estava meio morta...
Amanheci desolação, choro sentido irrompendo em soluços, inseto preso na teia resignado com seu próprio fim. E eu ainda esperava poder fugir...
Amanheci dores de todas as chagas, feridas expostas, lacerações na carne, amputação a sangue frio. Eu, que ainda recolhia meus cacos pelo caminho...
Amanheci nua das minhas saudades, repleta ainda de ti, obrigada a ouvir o eco dos teus passos emudecendo ante a paisagem devastada que era eu. Eu, que pertenci apenas a ti, já não sabia que rumo seguir. Perdida, exilada de ti, o que era eu? Inseto, estrela, nuvem negra? Não sei... por isso me calei...

Rosana Ribeiro Pelotas/RS 12.Novembro.2007

P/ Jean Luvisoto, minha prisão perpétua...