terça-feira, 13 de novembro de 2007

Da Perda

Amanheci deserto, assolada pela destruição das tuas próprias mãos. Nem mesmo teu nome, asas de pássaro pousadas sobre meus lábios, minha mais fervorosa prece, nem ele amenizara a dor do golpe fatal. E eu ainda sangrava por tantos outros...
Amanheci silêncio, deserção das palavras, ecos surdos de todos os meus gritos mudos, nó apertado na garganta a ponto de matar em asfixia. E por dentro eu já estava meio morta...
Amanheci desolação, choro sentido irrompendo em soluços, inseto preso na teia resignado com seu próprio fim. E eu ainda esperava poder fugir...
Amanheci dores de todas as chagas, feridas expostas, lacerações na carne, amputação a sangue frio. Eu, que ainda recolhia meus cacos pelo caminho...
Amanheci nua das minhas saudades, repleta ainda de ti, obrigada a ouvir o eco dos teus passos emudecendo ante a paisagem devastada que era eu. Eu, que pertenci apenas a ti, já não sabia que rumo seguir. Perdida, exilada de ti, o que era eu? Inseto, estrela, nuvem negra? Não sei... por isso me calei...

Rosana Ribeiro Pelotas/RS 12.Novembro.2007

P/ Jean Luvisoto, minha prisão perpétua...

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