Amanheci deserto, assolada pela destruição das tuas próprias mãos. Nem mesmo teu nome, asas de pássaro pousadas sobre meus lábios, minha mais fervorosa prece, nem ele amenizara a dor do golpe fatal. E eu ainda sangrava por tantos outros...
Amanheci silêncio, deserção das palavras, ecos surdos de todos os meus gritos mudos, nó apertado na garganta a ponto de matar em asfixia. E por dentro eu já estava meio morta...
Amanheci desolação, choro sentido irrompendo em soluços, inseto preso na teia resignado com seu próprio fim. E eu ainda esperava poder fugir...
Amanheci dores de todas as chagas, feridas expostas, lacerações na carne, amputação a sangue frio. Eu, que ainda recolhia meus cacos pelo caminho...
Amanheci nua das minhas saudades, repleta ainda de ti, obrigada a ouvir o eco dos teus passos emudecendo ante a paisagem devastada que era eu. Eu, que pertenci apenas a ti, já não sabia que rumo seguir. Perdida, exilada de ti, o que era eu? Inseto, estrela, nuvem negra? Não sei... por isso me calei...
Rosana Ribeiro Pelotas/RS 12.Novembro.2007
P/ Jean Luvisoto, minha prisão perpétua...
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