
Há dias assim, dias em que toda a minha tempestade se transforma em calmaria, em que o fundo se torna mais fundo simplesmente por não avançar. Há dias em que é preciso calar, recitar versos só no pensamento, relembrar, deixar que as palavras novamente floresçam, calmamente... Há dias, tantos deles que só nós sabemos, que apenas um olhar é o bastante para desnudar a alma, transcender fronteiras, romper barreiras. Há dias em que tuas mãos me oferecem flores, noutros, partem em busca de amparo, o teu refúgio seguro, e encontram. Há dias em que quero guardar meus segredos, noutros, preciso gritar ao vento a fúria que me corrói as vísceras. Há dias em que me perco e não espero que me encontres. Há dias em que apenas me pertenço. Há dias em que disponho mesa farta, um verdadeiro banquete de dúvidas, erros, acertos, mágoas, risos, lágrimas e um amor guardado. Há dias em que não espero por nenhum convidado. Eu mesma me dou de comer.
Rosana
19.março.2008
P/ Jean Luvisoto. Abimo Pectore, sempre.
(escutando John Legend enquanto mais uma tempestade se forma... dessa vez, fora de mim...)
Um comentário:
"Há dias em que disponho mesa farta, um verdadeiro banquete de dúvidas, erros, acertos, mágoas, risos, lágrimas e um amor guardado. Há dias em que não espero por nenhum convidado. Eu mesma me dou de comer."
Nesses dias nos alimentamos de nós mesmos... muitas vezes tudo está cru. É difícil digerir. Mas digerimos...
Denso esse texto. Mas muito verdadeiro.
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