domingo, 25 de abril de 2010


Sei de ti no extremo oposto desse outro mundo diverso que teima em tecer sua trama intrincada para nos manter cada qual no seu canto. Eu sei de ti porque tu me chegas inteiro e intenso a despeito da distância que muitas vezes insiste em se instalar entre nós. Eu sei de ti porque tu também me sabes, tu me sentes, eu te sinto como se o gestasse, então tu és meu, não o filho, mas o amor que surge visceral e imenso, e ainda que eu te parisse mil vezes, outras mil eu precisaria para que em mim tu fosses um pouco menos, tu me chegasses menor em fúria e necessidade, em mim tu habitasses algumas frestas a menos. Seria preciso que o tempo existisse de uma outra forma, que os dias que se transformam em semanas, as semanas em meses, os meses em anos, desintegrassem as memórias do que foi vivido a ponto do passado tornar-se página em branco. Ainda assim, em mim tu serias sempre instintivo, ainda que eu não o recordasse de todo em completa nitidez de fatos, tu me serias, como serás para sempre, o meu norte, meu guia, tudo aquilo que me define, o que é em mim definitivo, imutável. Em mim tu és o ponto final das minhas incansáveis buscas, aquele que me completa e me deixa repleta de sentido. Tu és quem eu sempre busquei, antes mesmo de nos descobrirmos...

P/ Jean Luvisoto. Porque todas as palavras conhecidas são rasas, pequenas, para sintetizar o quanto há em nós... Abimo pectore.

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