quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Da Espera

Eu deixei a porta aberta. E você não veio. O vinho na taça te esperava, tanto quanto eu. O líquido rubro se esgotou, eu também. Te chamei e você não ouviu, me cansei. Apaguei as luzes, tranquei o quarto e tentei adormecer. Ainda assim nos meus sonhos você não chegou... Chorei... Você não soube. Não esteve aqui secando as lágrimas, segurando minha mão. Não bebeu na mesma taça. Não importa.
Fiquei triste. As lágrimas silenciaram depois de secas. Sulcos profundos no meu rosto. Somaram-se a todas as outras que não chorei por você. Teu rio é raso, enquanto eu, sou água do mar, revolta, tempestuosa, estrago, mas passo.
Te esperei na semana passada, enquanto eu precisava exorcisar fantasmas. Te esperei há dois dias, enquanto eu ainda tinha alguma esperança. Te esperei hoje, enquanto achava que te precisava para seguir o meu caminho. Te esperei há algumas horas, quando finalmente aceitei que éramos nós, quando ainda me restava a fé. Te esperei há cinco minutos, taça cheia de vinho, corpo sedento por ti. Me cansei, fui dormir. Desisti de nós.

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